"Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar."
by Friedrich Nietzsche
"Quando não encontramos o repouso em nós próprios, é inútil ir procurá-lo noutro lado"
by François La Rochefoucauld ,
"O desgosto é a melhor forma de assassínio por nunca se encontrar a arma do crime."
by António Lobo Antunes
Ah, quanta melancolia!
Quanta, quanta solidao!
Aquela alma, que vazia,
Que sinto inutil e fria
Dentro do meu coracao!
Que angustia desesperada!
Que magoa que sabe a fim!
Se a nau foi abandonada,
E o cego caiu na estrada -
Deixai-os, que e tudo assim.
Sem sossego, sem sossego,
Nenhum momento de meu
Onde for que a alma emprego -
Na estrada morreu o cego
A nau desapareceu.
by Fernando Pessoa
The will is one of the chief factors in belief, not that it creates belief, but because things are true or false according to the aspect in which we look at them.
by Blaise Pascal, in Pensees
Em cada esquina te vais
Em cada esquina te vejo
Esta é a cidade que tem
Teu nome escrito no cais
A cidade onde desenho
Teu rosto com sol e Tejo
Caravelas te levaram
Caravelas te perderam
Esta é a cidade onde chegas
Nas manhãs de tua ausência
Tão perto de mim tão longe
Tão fora de seres presente
Esta e a cidade onde estás
Como quem não volta mais
Tão dentro de mim tão que
Nunca ninguém por ninguém
Em cada dia regressas
Em cada dia te vais
Em cada rua me foges
Em cada rua te vejo
Tão doente da viagem
Teu rosto de sol e Tejo
Esta é a cidade onde moras
Como quem está de passagem
Às vezes pergunto se
Às vezes pergunto quem
Esta é a cidade onde estás
Com quem nunca mais vem
Tão longe de mim tão perto
Ninguém assim por ninguém
by Manuel Alegre, in Babilónia
Teus olhos entristecem
Nem ouves o que digo.
Dormem, sonham esquecem...
Não me ouves, e prossigo.
Digo o que já, de triste,
Te disse tanta vez...
Creio que nunca o ouviste
De tão tua que és.
Olhas-me de repente
De um distante impreciso
Com um olhar ausente.
Começas um sorriso.
Continuo a falar.
Continuas ouvindo
O que estás a pensar,
Já quase não sorrindo.
Até que neste ocioso
Sumir da tarde fútil,
Se esfolha silencioso
O teu sorriso inútil.
by Fernando Pessoa, in Cancioneiro
'Por que não cai a noite, de uma vez?
— Custa viver assim aos encontrões!
Já sei de cor os passos que me cercam,
o silêncio que pede pelas ruas,
e o desenho de todos os portões.
Por que não cai a noite, de uma vez?
— Irritam-me estas horas penduradas
como frutos maduros que não tombam.
(E dentro em mim, ninguém vem desfazer
o novelo das tardes enroladas.)'
by Maria Alberta Menéres
'Meu Deus agradava-me tanto ser sociável.
Quase todas as pessoas são sociáveis: porque raio tenho de cumprir este destino de ouriço?'
by António Lobo Antunes
Aqui...
É passar por lá... Vale a pena, sim senhor
Madame Tricot - Também no Sapo
Madame Tricot - Versão Inicial